SALVE O DIA DO TRABALHADOR - 1º DE MAIO
JUSTA HOMENAGEM AO PATRONO DOS TRABALHADORES
QUEM MAIS FEZ PELOS TRABALHADORES BRASILEIROS
Luiz Inácio Lula da Silva nasceu em 27 de outubro
de 1945 na cidade de Garanhuns, interior de Pernambuco. Casado com Marisa
Letícia desde 1974, tem cinco filhos, todos, inclusive Marisa, com o sobrenome
Lula da Silva.
O mais velho é Marcos Cláudio, que tem 28 anos e é
filho do primeiro casamento de Marisa. Quando Lula e Marisa se casaram ambos
eram viúvos. Lurian, 25, é filha de Lula com a auxiliar de enfermagem Miriam
Cordeiro. Os outros filhos, da união com Marisa, são Fábio Luiz com 24 anos,
Sandro Luiz, 21, e Luiz Claúdio, 13.
Lula é o sétimo dos oito filhos - cinco homens e
três mulheres - de Aristides Inácio da Silva e Eurídice Ferreira de Mello. Lula
tem uma irmã mais nova. Aristides deixou a mulher e os filhos para ir trabalhar
na estiva do Porto Santos (SP) carregando sacas de café . Somente aos 5 anos
Lula conheceu o pai, que voltara para visitar a família.
Em dezembro de 1952, Eurídice e seus filhos
migraram para o litoral paulista, viajando 13 dias num caminhão "Pau de
Arara". Foram morar em Vicente de Carvalho, um bairro pobre do Guarujá. Na
cidade, aos 7 anos, Lula vendeu amendoim, tapioca e laranja nas ruas. Foi
alfabetizado no Grupo Escolar Marcílio Dias.
Após se separar do marido, Eurídice levou seus
filhos para São Paulo em 1956. A família morou num único cômodo, que ficava nos
fundos de um bar, no bairro do Ipiranga. Lula conseguiu seu primeiro emprego
numa tinturaria, aos 12 anos. Também foi engraxate e office-boy.
Com 14 anos, começou a trabalhar nos Armazéns
Gerais Colúmbia, onde teve a Carteira de Trabalho assinada pela primeira vez.
Depois, transferiu-se para a Fábrica de Parafusos Marte e obteve, por meio do
emprego na metalúrgica, uma vaga no curso de torneiro mecânico do Senai
(Serviço Nacional da Indústria). O curso durou três anos.
Nesse período, transferiu-se para a metalúrgica
Fris Moldu Car. Durante um turno na madrugada, Lula refazia o parafuso quebrado
de uma ferramenta. Um colega, que o auxiliava, cochilou e soltou o braço da
prensa, que se fechou sobre a mão esquerda de Lula e decepou seu dedo mínimo.
Ele ainda não havia completado 19 anos de idade.
A crise após o golpe militar de 1964 levou Lula a
perambular de fábrica em fábrica. Em janeiro de 1966, ingressou nas Indústrias
Villares, uma das principais metalúrgicas do país, localizada em São Bernado do
Campo, no ABCD paulista. Além do trabalho, seu único interesse naquele tempo
era o Sport Club Corinthians Paulista.
Em maio de 1969, Lula casou-se com Maria de
Lourdes, que trabalhava numa tecelagem. No ano seguinte, Maria e a criança
morreram durante o parto. Ela estava com hepatite, que não foi diagnosticada
pelos médicos.
Trajetória sindical
O primeiro contato de Lula com o movimento sindical
se deu por intermédio de seu irmão José Ferreira da Silva - conhecido como Frei
Chico, devido ao cabelo semelhante à tonsura de frade. Ligado ao então PCB
(Partido Comunista Brasileiro), Frei Chico insistia para que Lula lesse os
boletins clandestinos distribuídos dentro das fábricas. O Brasil estava sob
ditadura militar, que naquele tempo vivia um de seus momentos mais repressores.
No ano de 1969, o Sindicato dos Metalúrgicos de São
Bernardo do Campo e Diadema fez eleição para escolher uma nova diretoria.
Indicado para compor a chapa por Frei Chico, Lula acabou eleito suplente. Na
eleição seguinte, em 1972, Lula foi indicado novamente para formar a direção.
Elegeu-se como primeiro-secretário e responsável pela área de Previdência
Social.
Eleito presidente do sindicato em 1975, com 92% dos
votos, Lula representava cerca de 100 mil trabalhadores. Ele manteve a política
de encaminhar as reivindicações do sindicato diretamente ao Tribunal Regional
do Trabalho, independentemente da mediação da Federação Metalúrgica do Estado
de São Paulo. A federação era dominada por "pelegos", que evitavam
atritos com os patrões.
Começou uma nova fase do sindicalismo brasileiro. O
movimento dos metalúrgicos do ABCD paulista passou a ser conhecido
internacionalmente por sua organização e luta na defesa do salário, redução da
jornada de trabalho e garantia de emprego.
Em 1978, Lula foi reeleito presidente do sindicato,
com 98% dos votos. Com o fracasso do "milagre econômico", os
trabalhadores sentiram o peso do arrocho salarial. Após dez anos sem greves
operárias, ocorreram no país as primeiras paralisações temporárias ou de
redução do ritmo de produção.
O estopim do novo sindicalismo aconteceu com uma
greve em 12 de maio dos trabalhadores da fábrica de caminhões Scania, de
capital sueco. Em pouco dias o movimento se alastrou por outras empresas. Com a
liderança do sindicato presidido por Lula, 150 mil operários interromperam a
produção sem deixar de comparecer ao trabalho.
Depois das paralisações de 1978, o governo federal
enviou um decreto-lei ao Congresso Nacional, determinando que as chamadas
"categorias essenciais" estavam proibidas de fazer greve. Lula e
sindicalistas foram ao parlamento lutar contra o decreto, no que não obtiveram
sucesso.
Retornaram de Brasília convencidos de que não
poderiam contar com o Congresso e decidiram adotar outra estratégia política. O
sindicato de Lula convocou uma greve geral para 13 de março de 1979. Num
estádio de futebol, na Vila Euclides, 80 mil metalúrgicos se reuniram na tarde
daquele dia.
Sem palanque ou equipamento de som, Lula fez um
discurso para os trabalhadores mais próximos, que o retransmitiam a outros
grevistas e assim por diante. Em 15 de março, a Justiça do Trabalho julgou a
greve ilegal.
Lula disse aos operários:
- A greve pode ser considerada ilegal, porém ela é
justa e legítima, pois sua legalidade é baseada em leis que não foram feitas
por nós ou por nossos representantes.
No quarto dia de greve, 170 mil metalúrgicos
estavam parados em todo o ABCD. A repressão política e policial intensificou-se
na região. Para evitar violências militares contra os trabalhadores, foi
preciso a intervenção da Igreja.
Em 22 de março, os trabalhadores decidiram em
assembléia continuar a greve, apesar da proposta do governo federal de um
"protocolo de intenções", que, na verdade, era um ultimato ao retorno
imediato ao trabalho. A ditadura fez uma intervenção no sindicato. Na semana
seguinte, muitos operários, vencidos pelo cansaço, voltaram às fábricas.
Em seguida, os trabalhadores aceitaram um acordo,
que não foi cumprido pelos patrões. Lula preparava uma nova greve para 1.o de
Maio. Foi renegociado um novo acordo, considerado razoável por Lula nas
difíceis condições daquele momento.
O saldo da greve de 1979 foi múltiplo: revelação de
todo o potencial repressivo policial e militar do governo contra os operários,
constatação da subserviência do poder público ao econômico, desmoralização da
lei de greve e comprovação da legitimidade dos dirigentes sindicais no período
de intervenção.
A inócua ação de parlamentares durante o confronto,
perdidos entre os trabalhadores e empresas do ABC, alertou os sindicalistas
para a necessidade de se organizar um partido de trabalhadores. Lula havia
lançado a idéia, pela primeira vez, num congresso de empregados de empresas de
petróleo, em julho de 1978 na Bahia.
O Partido dos Trabalhadores
Em 1979, o governo do general João Baptista de
Figueiredo iniciava o "processo de abertura lenta e gradual" , que
marcou o começo do fim da ditadura. Houve anistia aos atingidos pela Lei de
Segurança Nacional. Com a volta dos exilados políticos ao Brasil, discutia-se a
reformulação do quadro partidário, reduzido a um sistema bipolarizado (Arena e
MDB) desde o golpe militar de 1964.
Para apressar a queda da ditadura, os políticos
cogitavam formar uma frente ampla de oposição. Lula considerou a frente ampla
demais, pois ela contava com pessoas que, até pouco antes, haviam sido aliadas
do regime militar e não demonstravam interesse em defender os direitos dos
trabalhadores.
Em 10 de fevereiro de 1980, Lula fundou o PT
(Partido dos Trabalhadores) juntamente com outros sindicalistas, intelectuais,
políticos e representantes de movimentos sociais, como lideranças rurais e
religiosas.
Os metalúrgicos do ABCD continuavam sua luta por
melhores salários e condições de trabalho. O sindicato liderado por Lula
convocou uma greve para o dia 1º de abril de 1980. À zero hora da data marcada,
140 mil metalúrgicos de São Bernardo do Campo cruzaram os braços.
Os empresários novamente recorreram à Justiça do
Trabalho, que em 14 de abril julgou a paralisação ilegal. A repressão
policial-militar investiu com violência contra os trabalhadores do ABCD.
O momento mais dramático ocorreu quando
helicópteros do Exército, com as portas abertas exibindo soldados e
metralhadoras, sobrevoaram 100 mil manifestantes reunidos no estádio de futebol
da Vila Euclides. Havia crianças e mulheres junto aos trabalhadores. A multidão
manteve a calma e, como o barulho dos helicópteros impedia que os discursos
fossem ouvidos, cantou o Hino Nacional.
O então ministro do Trabalho, Murilo Macedo,
decretou em 17 de abril nova intervenção no sindicato, afastando Lula da
presidência e cassando o mandato de toda a diretoria. Dois dias depois, Lula e
17 dirigentes sindicais foram presos com base na Lei de Segurança Nacional.
Permaneceu por 31 dias no DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), órgão
responsável pelos maiores horrores da ditadura.
Os presos foram mantidos incomunicáveis nos
primeiros dias. Mesmo assim a greve continuava. Quando a paralisação já durava
29 dias, os patrões ameaçaram demitir sem justa causa por abandono de emprego.
O movimento resistiu até 11 de maio.
No dia 20, a prisão preventiva dos sindicalistas
acabou revogada. Julgado pelo Conselho Permanente de Justiça da 2ª Auditoria
Militar de São Paulo em novembro de 1981, Lula foi condenado a três anos e seis
meses de prisão. Posteriormente, o Supremo Tribunal Militar anulou o processo.
O PT em 1982 já estava implantado em quase todo o
território nacional, com cerca de 400 mil militantes. Lula liderou a
organização do partido e, naquele ano, disputou o governo de São Paulo. Quarto
colocado, recebeu 1.133.695 votos. Incorporou o apelido ao nome, para que
fossem considerados válidos os votos assinalados para ele. Na primeira eleição
na qual concorreu, o PT elegeu 8 deputados federais, 12 estaduais e 78
vereadores.
Lula, em 23 de agosto de 1983, participou da
fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Personagem de repercussão
internacional então, Lula já havia viajado aos Estados Unidos, Japão e a
diversos países da Europa e América Latina, sempre a convite de entidades
sindicais.
No ano seguinte, o PT lançou um comitê
suprapartidário que desencadeou a campanha pelas eleições diretas-já para
Presidente da República. Iniciativa popular que acabou, mais uma vez, frustrada
pelo Congresso Nacional.
A eleição para uma Assembléia Constituinte ocorreu
em 1986. Eleito como o deputado federal mais votado do país, Lula obteve
650.134 votos. A bancada federal do partido passou a ter 16 deputados. Defensor
dos direitos sociais dos trabalhadores, Lula recebeu nota 10 do Diap
(Departamento Intersindical de Atividade Parlamentar) por seu desempenho na
elaboração da nova Constituição.
O ano de 1988 trouxe uma performance histórica do
PT na disputa das Prefeituras. O partido elegeu 36 prefeitos e mil vereadores
em todo o Brasil. Foram conquistadas as Prefeituras de São Paulo, Porto Alegre
e Vitória - além de outras cidades importantes, como Santos, Campinas e
Piracicaba.
Um trabalhador disputa a Presidência
O PT lançou Lula para disputar a Presidência da
República em 1989, após 29 anos sem eleição direta para o cargo. Desde 1987,
quando o PT realizou seu 5º Encontro Nacional, Lula já era o escolhido para ser
o nome do partido na disputa presidencial que aconteceria dois anos depois. A
presidência do partido foi assumida então pelo sindicalista gaúcho Olívio
Dutra.
Apoiado pela Frente Brasil Popular (coligação de
partidos de esquerda), Lula assumiu na campanha o Programa Alternativo de
Governo, baseado nas questões sociais essenciais ao desenvolvimento do Brasil,
como aumento real do salário mínimo, combate à inflação, distribuição de renda,
reforma agrária e priorização das áreas de saúde, educação, transporte e
moradia.
Pela primeira vez na história do Brasil, os
trabalhadores apresentaram um programa de governo com candidato próprio à
Presidência da República. Foram abertos centenas de comitês populares. Milhares
de militantes, apesar das desigualdades de recursos materiais, fizeram uma
campanha que resultou em 11.622.673 votos no primeiro turno.
Lula, com o apoio amplo de forças progressistas,
recebeu 31.076.364 votos no segundo turno. Por apenas 6% de diferença perdeu a
eleição para Fernando Collor de Mello (PRN), que fez uma campanha milionária e
desleal, com ataques pessoais a seu adversário.
Em 1990, Lula organizou e passou a coordenador do
Governo Paralelo, inspirado no Shadow Cabinet britânico. A inicitiava produziu
políticas alternativas, por exemplo, para Educação, Política Agrícola e
Segurança Alimentar. No 7º Encontro Nacional do Partido, Lula voltou a assumir
a presidência do PT. Na eleição daquele ano, o PT elegeu um senador e trinta e
cinco deputados federais.
Presidente corrupto e sem compromisso com a
sociedade, Fernando Collor de Mello teve seu impeachment (afastamento
definitivo do cargo) aprovado pelo Congresso em dezembro de 92. O partido
dirigido por Lula desempenhou um papel fundamental na mobilização nacional na
luta contra a corrupção. O ponto de partida foi um requerimento de
parlamentares do PT para a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) no Congresso.
No ano seguinte, Lula lançou como palavra de ordem
o combate à fome. O PT elaborou um Plano Nacional de Segurança Alimentar que
foi entregue ao presidente Itamar Franco. A única medida concreta da proposta
ocorreu com a campanha lançada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. A
fome passou a integrar os debates nacionais e da imprensa.
Lula começou em maio de 93 as Caravanas da
Cidadania. Mais uma vez, o PT o reconduziu à sua presidência. Em abril de 1994,
Lula encerrou a última de uma série de seis caravanas, percorrendo 30 mil
quilômetros por mais de 400 cidades do interior do Brasil.
Nas caravanas, Lula tomou contato com o Brasil
real. Constatou absurdos socias, que são o resultado de seguidos governos
incompetentes, representantes de uma elite corrupta e sem um projeto nacional.
Viu também um Brasil que insiste em ser viável, apesar da ausência de governos
sérios.
O O O 9º Encontro Nacional do PT, realizado em
Brasília de 29 de abril a 1º de maio de 1994, oficializou a candidatura do
metalúrgico, sindicalista e político Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da
República.
No 10º Encontro Nacional do PT, realizado em
Guarapari/ES, em agosto de 1995, Lula deixa a Presidência do Partido que, é
assumida pelo José Dirceu.
Em 1998, a coligação "União do Povo Muda Brasil"
composta pelo PT-PDT-PSB-PcdoB-PCB lança Lula para disputar , pela terceira
vez, a Presidência da República. Obteve, então, um percentual de votos superior
ao de 1994 (32% x 27%), enquanto seu adversário FHC foi reeleito com um
percentual menor que o de 94 (53% x 54%).
Lula foi ainda, o candidato mais votado em dez
capitais brasileiras: Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Teresina (PI),
Fortaleza (CE), Salvador (BA), João Pessoa (PB), São Luiz (MA), Aracajú (SE),
Macapá (AP) e Rio Branco (AC).
Atualmente, Lula é coordenador do Instituto
Cidadania, um centro de estudos, pesquisas, debates, publicações e de
formulação de propostas de políticas públicas, bem como de campanhas de
mobilização da sociedade civil rumo à conquista dos direitos de cidadania para
todos os brasileiros.
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