Muito obrigado pelo envio do seu excelente e oportuno texto sobre a Escola de Comércio de Itajuípe.
Percebo que quase todo o patrimônio urbanístico e arquitetônico da nossa querida cidade foi construído no passado. Foram os valentes e idealistas homens do passado que, aproveitando a riqueza que brotou do cacau, dotaram a nossa estimada Itajuípe do melhor acervo que hoje ela possui. Eles sonharam com uma cidade bonita e mais humana. Deixaram-nos um legado precioso. Infelizmente, as últimas gerações não tiveram interesse, brio ou alma para honrar a herança recebida. Hoje, com pesar, olhamos para a igreja matriz e encontramos duas horrendas torres de telefonia mutilando um dos principais cartões-postais da cidade. O Cine Pirangy que foi um dos pulmões culturais da nossa terra foi transformado num supermercado. A velha estação de trem padece de uma ruína inadmissível. Há muito, Itajuípe não tem uma liderança efetiva. Há muito, Itajuípe não tem governantes criativos. E a incúria com os negócios públicos leva-nos ao fantasmagórico quadro em que se encontra a Escola de Comércio. Mais um espaço sagrado que morreu. No entorno da escola ainda se pode ouvir o réquiem para um cadáver insepulto. Nas proximidades das ruínas da escola ainda se pode ouvir questionamento do porquê do seu abandono. Melhor que derrubem as paredes do ex-templo do saber e transformem o espaço num jardim. Bem que poderia haver um movimento social para isto.
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